A carta que não foi respondida
Olá espero que estejas bem,
A cerca de vários anos mandei-te uma mensagem e nunca tive retorno de resposta. Ainda me lembro desse teu olhar doce, cabelos ruivos e lábios cor de mel. Lembro-me do dia em que tudo mudou, em que de amigos nos tornamos mais do que amigos e que tudo o que planeávamos, planeávamos juntos.
Naqueles tempos tudo era mais fácil, brindávamos as nossas brincadeiras, aos nossos sorrisos, as nossas ilusões, aos nossos sonhos, aos nossos percursos realizados, brindávamos a nossa felicidade acima de tudo, todavia a vida deu-nos a volta e tudo mudou. Ainda me lembro de como te foste embora sem poderes olhar para trás, sem poderes te despedir de mim. Lembro-me de como fiquei magoado contigo sem teres culpa e de como ter ficado destroçado por dentro e não acreditar novamente no que significa a palavra amor. Lembro-me de te ter começado a procurar durante anos para obter as minhas respostas a dor que ainda tinha dentro de mim e que acabei por te encontrar.
Estavas diferente, mais solta, mais crescida e nesse dia deixei-te uma mensagem que dizia:
"Antes eramos capazes de unir as nossas mãos e viajar pelo
meio dos nossos sonhos, sentir que o mundo era nosso, sentir que realmente
viver o momento é o melhor e ainda hoje mesmo passando tantos anos tenho
saudades tuas. Pensei bastante antes de te escrever esta pequena carta, mas
escrevi por todos os momentos e por ter uma resposta tua.
Não sei se ainda te lembras de mim, todavia eu sou o maluco do teu mais antigo
amigo, aquele que ainda hoje te quer ver feliz, aquele que ainda quer te dizer
um olá. Se não te lembras aqui esta o meu nome eu sou o Tavares. Como tens
estado e como mudou a tua vida?
Recentemente parece que a vida nos quer juntar de novo, nem que seja para um
pequeno café pelos antigos tempos. O que achas?
Se puderes me responder a esta carta,
mesmo que seja de forma negativa, aqui espero pela resposta!"
Não posso negar que me és indiferente, mas como diz um citador que vi recentemente: "Amizades antigas são pedras preciosas, garimpadas nas minas distantes da infância."
Para mim a amizade mais antiga és tu, a saudade mais antiga és tu! Por mais tempo que estivemos sem falar, sinto que pouco mudou em nós.
Vi uma enorme alegria nesse teu rosto rosado, perto das flores que mais amavas "margaridas".
Flor que se tornou o nosso símbolo na nossa separação, mas, fica sabendo que tudo está diferente!
Até breve,
Continuarei a escrever-te, mesmo não obtendo respostas!